domingo, 28 de setembro de 2008

Mais de 900 milhões de pessoas passam fome no mundo

Mais de 900 milhões de pessoas passam fome no mundo, diz IBGE

O número
de pessoas com fome no mundo subiu de 850 milhões para 925 milhões em 2007, por causa da disparada dos preços dos alimentos, anunciou nesta quarta-feira em Roma o diretor da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Jacques Diouf.
"O número de pessoas subnutridas antes da alta dos preços de 2007-2008 era de 850 milhões. Este número aumentou durante 2007 em 75 milhões, alcançando os 925 milhões", declarou Diouf em audiência nas Comissões das Relações Exteriores e de Agricultura do Parlamento italiano.

O índice FAO dos preços dos alimentos teve aumento de 12% em 2006 em relação ao ano anterior, de 24%, em 2007, e de 50%, durante os sete primeiros meses deste ano, acrescentou Diuf.
"É preciso investir US$ 30 bilhões por ano para duplicar a produção de alimentos e acabar com a fome", acrescentou. Diouf afirmou que "o desafio é de grandes proporções e é necessário dar de comer a 9 bilhões de pessoas em 2050".
Segundo ele, este valor é "bastante modesto" se comparado às somas desembolsadas pelos países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) em incentivo à agricultura (US$ 376 bilhões) ou aos gastos com armamento (US$ 1,2 trilhão), em 2006.

O diretor-geral da FAO reiterou que as previsões indicam que, mesmo que a produção de cereais no mundo melhore, os preços se manterão estáveis nos próximos anos e a crise dos alimentos se prolongará nos países pobres.
Metas contra a fomeOs países membros da FAO se comprometeram durante uma cúpula no início de junho em Roma a reduzir pela metade o número de pessoas que sofrem de fome até 2015, apesar da crise de alimentos, segundo a declaração final desta reunião.

Este texto, obtido após árduas negociações, reitera as conclusões das cúpulas sobre alimentação de 1996 e 2002: "Alcançar a segurança alimentar" e "reduzir à metade o número de pessoas subnutridas até 2015, no máximo".
Em Roma, Diuf considerou que, com as tendências observadas hoje, "esta meta seria alcançada em 2150 em vez de 2015". Na cúpula de Roma, os doadores se comprometeram a conceder mais de US$ 6,5 bilhões para a luta contra a fome e a pobreza.

Em julho, no ápice da crise alimentar no mundo com o início da escalada dos preços dos alimentos, a ONU e o Banco Mundial haviam alertado contra o avanço da miséria. A alta dos preços dos alimentos ameaça reverter todos os avanços globais com desenvolvimento e levar 100 milhões de pessoas em todo o mundo para baixo da linha de pobreza, advertiram no secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-Moon, e o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.

A declaração de ambos foi feita na ilha de Hokkaido, no Japão, onde aconteceu a reunião de cúpula anual do G8 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo mais a Rússia).Na ocasião, Ban e Zoellick cobraram dos países do G8 uma ação urgente para combater a atual crise e para prevenir futuras altas nos preços dos alimentos.
Segundo o secretário-geral da ONU, o mundo enfrenta três crises simultâneas e interligadas - dos alimentos, do clima e de desenvolvimento --para as quais são necessárias soluções integradas. "Nossos esforços até agora têm sido muito divididos e esporádicos. Agora é a hora de termos um enfoque diferente", afirmou Ban. "A ONU está pronta para ajudar com todos esses desafios globais", disse. Segundo ele, "todo dólar investido hoje equivale a dez amanhã ou cem no dia seguinte".

Fonte: Folha Online, Mundo, 17/09/2008

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Sessão Parasitas - Vereadores

Este pequeno texto aplica-se a Osasco, bem como os demais municípios da Grande São Paulo...melhor...aplica-se a todos os munípios do Brasil, infelizmente!

Parasita: Indivíduo que não trabalha, habituado a viver, ou que vive, à custa alheia. Dicionário Aurélio

Em Osasco, temos 550 candidatos à vereador. São muitas pessoas querendo enriquecer a custa alheia. E temos 21 vereadores, quase todos eles estão no poder há muitos anos. Os que estão “começando agora” são filhos e netos de velhos parasitas osasquenses. 15 vereadores, dos 21 que temos, respondem processos por corrupção, metade dos candidatos a vereador também.
Pior, esses 21 vereadores nos custarão em 2008, R$ 27.448.439,00, ou seja, cada vereador nos custará R$ 1.307.068,52 nesse ano. Enquanto isso, os vereadores destinaram para secretaria de esporte, recreação e lazer R$ 10.797.919,00. Para secretaria da cultura R$ 6.371.322,00 e para a do meio ambiente R$ 4.401.718,00. É justo isso?
Vereadores não servem para nada, 89% das “leis” elaboradas por eles são nomes de ruas, o restante são leis para aumentarem seus próprios privilégios. Você se lembra de alguma lei importante que algum vereador aprovou?
Como todo parasita, eles trabalham pouco, só trabalham duas vezes por semana, as terças e quintas, e só a tarde, para não morrerem de cansaço. Tiram 3 meses de férias por ano e vivem como reis.
Mostre que você não concorda com esse jogo sujo. Nas próximas eleições vote nulo. Podemos não mudar muita coisa com isso, mas com certeza, se muitos votarem nulo, estaremos dando um tapa na cara desses parasitas.
Veja no nosso site as empresas que patrocinam os candidatos (das cidades de São Paulo e Osasco), são milhões de reais jogados fora com essas campanhas mentirosas. Veja também a “lista suja” dos candidatos das próximas eleições.

Fonte: http://www.oespectro.jor.br em Julho/Agosto de 2008

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A batalha: o caso Aracruz no Espírito Santo

Indígenas ocupam porto da Aracruz no ES - 12/12/2006

Cerca de 300 indígenas tupiniquim e guarani ocuparam, na manhã desta terça-feira (12/12), o porto da empresa Aracruz Celulose, no município de Aracruz (ES). Com a ocupação, que ocorreu por volta das 9h30 da manhã, as atividades do porto – exportação de celulose e recebimento de madeira do Sul da Bahia - foram suspensas.Segundo as lideranças indígenas, que fizeram uma reunião com sete aldeias da região no início do dia, o objetivo da ação é pressionar o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, a se posicionar sobre o processo de demarcação de 11 mil hectares ocupados hoje pela Aracruz e reivindicado pelos indígenas. O parecer favorável aos índios, emitido pela Funai, aguarda avaliação do Ministério da Justiça, que deverá publicar a portaria declaratória das terras em favor dos índios.Ministério diz que quer blindar processoDe acordo com a reunião desta manhã, os indígenas estão decididos a ficar no porto da Aracruz até que o ministério se pronuncie. Em fevereiro deste ano, o ministro declarou, durante audiência pública, que o processo de demarcação e homologação ocorreria até o fim de 2006. A decisão de fazer a ação se deu por conta da falta de avanço no processo e do temor pelo recesso de fim de ano a partir do dia 20.Procurada pela Carta Maior, a assessoria do Ministério da Justiça afirmou que o parecer da Funai continua no departamento jurídico do órgão e não foram dados prazos para a finalização da análise que permitirá a publicação da portaria declaratória. O objetivo, afirma a assessoria, é “blindar” o processo para que não tenha brechas jurídicas que permitam liminares contrárias à demarcação.


Fonte: Agência Carta Maior, 12/12/2006

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Simplesmente fato...

Mulheres têm pouco espaço no cenário eleitoral

De acordo com estudo, participação feminina será menor do que o estipulado por lei. De acordo com especialistas, falta de incentivo e investimentos, além de uma política conservadora machistas, são as causas da ausência da mulher no cenário político

Michelle Amaral,
da Redação

Mesmo representando a maioria do eleitorado brasileiro- cerca de 51% dos 130 milhões de eleitores- as mulheres têm baixa participação no cenário político brasileiro: apenas 21,33% dos candidatos às próximas eleições são do sexo feminino. Os dados foram apresentados em um estudo feito pela Secretaria Especial de Política para as Mulheres (SEPM), que também revela que nenhum partido cumpriu a cota mínima de 30% de mulheres no total de candidaturas para as câmaras municipais, exigência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nas candidaturas à prefeitura, todos os Estados da federação também apresentaram índices baixos de participação feminina. Apenas em Porto Alegre (RS), a cota foi superada (50%), onde há quatro candidatos de cada sexo concorrendo à prefeitura.
Para especialistas, o baixo nível de participação das mulheres na política brasileira é resultado de questões culturais e sócio-econômicas, tais como a idéia de que o papel da mulher é ser cuidadora do lar, marido e filhos. Ainda que trabalhe fora ou realize outras atividades, ela deve se dedicar aos trabalhos domésticos.

Visão machista e conservadora

De acordo com Sônia Malheiros Miguel, subsecretária de Articulação Institucional da SEPM, apesar da mulher ter assumindo papéis de visibilidade nas áreas da educação e do trabalho, existe a cultura de que o espaço político não é legítimo para ela. Para Sônia, trata-se de uma “visão machista e conservadora da sociedade brasileira”, em que o meio público é reservado ao homem, enquanto a mulher deve ficar em casa.
Esta mesma opinião é compartilhada pela cientista política e consultora do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA), Patrícia Rangel, que acredita que o sistema eleitoral brasileiro é excludente, não somente para as mulheres, como também para as minorias. Ela afirma que a baixa participação feminina não se deve a falta de vontade das mulheres, mas sim por causa das barreiras impostas pelo sistema político-eleitoral brasileiro. “Trata-se de um sistema branco e masculino”, afirma Rangel.
Outro aspecto tido como preponderante na baixa participação da mulher na política é a falta de investimento em políticas de incentivos, tanto por parte do governo quanto dos partidos. Sônia Malheiros explica na retórica se chama as mulheres à política, mas, na prática, há somente investimentos para candidaturas masculinas.
“Nos últimos anos, a eleição passou a ser disputada por quem tem mais dinheiro, não são mais as idéias que contam. Nesse jogo, as mulheres dificilmente ganham”, observa Laisy Morière, secretária nacional de Mulheres do Partido dos Trabalhadores (PT).

Desigualdades persistentes

O cenário político é um espaço significativo de decisão e, historicamente, foi e é dominado pelo homens. A primeira eleitora, não só do Brasil como da América Latina, foi Celina Guimarães Vianna, que teve seu nome incluído na lista de eleitores do Rio Grande do Norte, em 1927. Contudo, o direito ao voto só foi conquistado por todas as mulheres em 24 de fevereiro de 1932, quando foi promulgado o Código Eleitoral que igualava a mulher aos homens: o eleitor era descrito no código como "o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo...".
Historicamente, a mulher alcançou espaços de maior visibilidade na sociedade brasileira. A conquista do direito ao voto, o ingresso ao mercado de trabalho e o acesso aos estudos são passos importantes na afirmação de igualdade entre homens e mulheres. Contudo, a visão conservadora de mundo de que o espaço público é naturalmente dos homens e à mulher é reservado o espaço da casa, ainda persiste em nossa sociedade, de acordo com Sônia Malheiros.
“No trabalho, ocupamos todos os espaços. Já temos maior escolaridade do que os homens”, conta Maria Amélia Teles, da organização não-governamental União de Mulheres do Município de São Paulo. Mas, apesar dessas conquistas, ela ressalta que a igualdade plena entre gêneros não foi alcançada. “A desigualdade nas relações de gênero ainda prevalece em todos espaços e instituições. Nossos salários continuam menores. Isto afeta diretamente as relações de poder. Ainda somos menos empoderadas do que os homens”, lamenta.
Mudança de mentalidade
Apesar disso, Maria Amélia aponta que não se pode negar que, entre muitos, a igualdade de direitos entre mulheres e homens já é reconhecida, e que cada vez mais a mulher tem conseguido que se façam leis e políticas públicas para a defesa de direitos iguais. Porém, “a mudança de mentalidade se faz lentamente e mais: os homens (nem todos) não querem perder seus privilégios”, pondera.
Para a feminista, a sub-representação da mulher é fruto do nosso sistema capitalista, que lucra com a desigualdade de gênero. Ela afirma que as mulheres são sobrecarregadas de tarefas, que em maior parte não trazem custos ao sistema. “As mulheres fazem muitos trabalhos inteiramente gratuitos como as tarefas domésticas, os cuidados com crianças, idosos e doentes. Somos nós que realizamos 2/3 do trabalho mundial e grande parte deste trabalho não custa nada para os capitalistas”, analisa Maria Amélia “As mulheres ainda são as cuidadoras da família, fica difícil sair de casa para participar. O Estado e a sociedade precisam assumir os cuidados com a família. A divisão sexual do trabalho doméstico está no campo privado, enquanto não houver uma intervenção nesse processo a mulher continuará em casa”, enfatiza Laisy Moriére.

Tripla jornada

Como resultado, a mulher que conquista espaço no mercado de trabalho tem de realizar uma dupla jornada. “A mulher é responsável pelo cuidado do lar e, se trabalha, ela acaba fazendo uma jornada dupla de trabalho, no serviço e depois em casa”, esclarece Patrícia Rangel, que acredita que, ao se engajar na política implica, a mulher é submetida a uma jornada tripla de trabalho.
Para garantir uma plena participação das mulheres, é necessário que se mude a lógica do sistema político, econômico e social, acredita Maria Amélia. “A política tal qual está concebida está distante da vida da maioria das mulheres. Quem vai se responsabilizar pelas crianças se as reuniões dos partidos políticos terminam tarde da noite?”, questiona.
Os abusos, como o fato de que no Brasil a cada 15 segundos uma mulher é espancada por seu companheiro ou ex, também são barreiras à realização de política por parte das mulheres. “Há necessidade de se fazer uma inversão da agenda política, priorizando as questões das mulheres. Assim se garante mais eqüidade na família, na comunidade, no trabalho e na política. Assim as mulheres poderão disputar espaços políticos de maneira mais justa, mais equilibrada, sem tanto desgaste” enfatiza Maria Amélia.