segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Trecho do livro: Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro - Edgar Morin

"A grande inimiga da compreensão é a falta de preocupação em ensiná-la. Na realidade, isto está se agravando, já que o individualismo ganha um espaço cada vez maior. Estamos vivendo numa sociedade individualista, que favorece o sentido de responsabilidade individual, que desenvolve o egocentrismo, o egoísmo e que,consequentemente, alimenta a auto-justificação e a rejeição ao próximo."

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

"VOTA EM MIM, PEIXE"

Caros amigos,

Recebi a triste notícia de que o ex-jogador Romário sairá candidato a Deputado Federal nas próximas eleições.

A notícia é no mínimo revoltante. Todos sabem que Romário viveu a vida no luxo, na esbórnia. Todos sabem que Romário teve vários filhos, com diferentes lindas modelos e atrizes, e que agora, deve uma fortuna de pensão alimentícia. Todos sabem que Romário está afundado em dívidas. Todos sabem que Romário, uma vez “aposentado”, não tem mais de onde tirar milhões de reais para sustentar os resquícios de sua fortuna, como prédios, apartamentos de luxo, carros importados e filhos com modelos.

Agora, Romário encontrou uma ótima solução para sair do vermelho. Pedir a milhões de “peixes” que votem nele nas próximas eleições. Na verdade, ele espera a ajuda de milhões de PATOS, que certamente pensarão: “vou dar uma força para o Romário”. Assim, elegendo-se Deputado, ele poderá pagar suas dívidas e continuar a viver no luxo.

Eu gostaria de dizer que NÃO SOU PEIXE, NÃO SOU PATO e NÃO SOU OTÁRIO para levar um candidato como esse para Brasília, que só tem interesse em arrumar uma “boquinha” para pagar a contas e sair do buraco.

Durante anos vimos Romário nas suas boites, night clubes, bebendo champaghe com lindas mulheres, queimando dinheiro. Você alguma vez foi convidado para alguma festa dele? Claro que não. Mas agora, ele quer que a gente pague a conta. Você acha isso justo?

Chega de eleger esses aproveitadores, que JAMAIS LERAM A CONSTITUIÇÃO DE NOSSO PAÍS. JAMAIS SE INTERESSARAM PELA POLÍTICA, JAMAIS TIVERAM QUALQUER ENVOLVIMENTO POLÍTICO, NÃO TÊM A MÍNIMA IDÉIA DO QUE É FAZER UMA LEI, NÃO SABEM NADA SOBRE POLÍTICA, E QUE ACHAM QUE UM CARGO ELETIVO É A ÚLTIMA TENTATIVA DE SAÍREM DO BURACO.

CHEGA DESSE TIPO DE GENTE NO GOVERNO!!!!!

VAMOS PARAR DE ELEGER AMIGOS, TIOS DE AMIGOS, PARENTES, ÍDOLOS DO FUTEBOL, VÔLEI, NATAÇÃO, FUNKEIROS, EX-MODELOS E ATRIZES PORNÔ FALIDAS, FORROZEIRO DOS TECLADOS, ETC....

VAMOS ESCOLHER MELHOR NOSSOS LEGISLADORES.

ELES FAZEM AS NOSSAS LEIS!

Se você pensa em votar no Romário por ele ter conquistado uma copa do mundo, ou por torcer para algum time que ele tenha jogado, parabéns. Ele agradece o voto de mais um “PEIXE-PATO”.

DIGA NÃO À CANDIDATURA DE ROMÁRIO!!!!!!!!

VAMOS NOS RECUSAR A PAGAR AS DÍVIDAS DOS SEUS CARROS IMPORTADOS, BOITES E PENSÃO ALIMENTÍCIA!

NÃO SEJA MAIS UM OTÁRIO!

Por favor, repasse essa mensagem, na TENTATIVA de salvar nosso Congresso Nacional, e dar uma destinação melhor aos nossos tributos.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Contrastes...

(I) "O que eu sonho? Eu é ter uma vida boa andando de bicicleta pelo mundo todo. Ler eu não sei não. Ma já sei escrever o meu nome [...] Um dia eu me cortei, saí de casa sem comer e quando levantei o facão para cortar a cana...ele cortou minha mão. Foi um corte feio, cinco pontos, mas não deixei de trabalhar não".

Carlos Adriano, 1 2 anos - morador de Cortês (PE)

(II) "É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão".

Constituição da República Federativa do Brasil, art. 227

terça-feira, 16 de junho de 2009

(Fal)cidade

Pátio Higienópolis. Não poderia haver nome mais apropriado para um shopping center. Será inaugurado hoje. E foi batizado assim por causa de sua localização. Fica na avenida Higienópolis, no bairro de mesmo nome, em São Paulo.
Antigamente, numa São Paulo dominada pela nobreza do café, a Avenida Higienópolis abrigava famílias ricas. Seu nome é o resultado da fusão de higiene com pólis.
O primeiro vocábulo fala por si. O segundo vem do grego. Significa cidade. Higienópolis evocava a idéia de salubridade, em contraste com zonas periféricas de São Paulo, onde grassavam a varíola e a febre amarela.
Hoje, numa São Paulo bem diferente, a avenida Higienópolis virou corredor de automóveis, endereço de uma classe média que oscila entre a decadência e a emergência.
O shopping devolverá, por assim dizer, sentido à avenida. O Pátio Higienópolis será, como os outros shoppings, mais do que mero centro de compras. Será um lugar onde as pessoas se exilarão da realidade.
O shopping é uma cidade onde a cidade não entra. Ou, por outra, é uma cidade sem os problemas da cidade. Há de tudo em seu interior. Além de lojas, há ruas, praças, bancos para sentar, cinemas e, no caso do Pátio Higienópolis, até teatro, restaurante fino, escola de gastronomia, galeria de arte e pista de cooper.
Mas o que atrai num shopping, o que fascina é aquilo que ele não tem. Não há sujeira nem mau cheiro no shopping. Não há congestionamentos nem trombadinhas. Não há povo no shopping.
O preço da assepsia é a mentira. Sim, o shopping é uma cidade de mentirinha. A atmosfera climatizada e depurada, o piso de mármore, o fausto das lojas..., tudo no shopping conduz à fantasia da cidade sem miséria. Uma cidade onde a verdade é barrada na porta.O problema é que essa cidade idealizada fecha às dez da noite, devolvendo seus frequentadores à realidade. E a São Paulo autêntica, absurdo tornado irreversível, funciona 24 horas por dia.

Extraído de: Josias de Souza. Folha de São Paulo, 18 de outubro de 1999.p.1-2.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Paulo Freire para todos


Preciosidades da obra do pedagogo libertário Paulo Freire estão desbloqueadas para impressão. São nove livros importantíssimos de um pensador brasileiro comprometido profundamente com as causas sociais e a educação brasileira. O material é inovador, criativo, original e tem importância histórica inédita.


Sociedade de Consumo

O processo de industrialização traz alterações nos hábitos de consumo. Grande parte das populações dos países desenvolvidos e parte dos subdesenvolvidos enquadram-se no que poderíamos chamar de sociedade de consumo. Trata-se de uma sociedade que adquire uma grande quantidade de mercadorias e também de serviços e que acaba por valorizar extremamente o ato da compra. Esse fenômeno está relacionado ao que chamamos de consumismo.

Principalmente por influência da propaganda e dos meios de comunicação, as pessoas são levadas a querer consumir cada vez mais. Os anúncios publicitários, por exemplo, geralmente relacionam a imagem de um produto ao prazer, à felicidade e à realização, como se ao comprar o produto, as pessoas também adquirissem esses “bens”.

Também as novelas, os filmes, os grupos sociais atuam nesse sentido, estabelecendo modelos de comportamento e incentivando o consumo. Diante disso, as pessoas acabam consumindo, sem perceber, coisas de que não precisam realmente. Esse comportamento incentiva uma produção de mercadorias cada vez maior, exigindo uma exploração também maior dos recursos naturais.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A política, o poder e as eleições

A política é a arte de conquistar e manter o poder. É com essa finalidade que se disputam eleições, promoções, concursos, prestígio pessoal etc. O acesso a alguma forma de poder é a primeira condição para realizar outros objetivos, sejam eles nobres ou mesquinhos, pessoais ou coletivos.

Os que se lançam numa disputa eleitoral querem conquistar uma parcela de poder ou manter o que já possuem. No entanto, a atividade política não é desenvolvida pelos indivíduos isoladamente. Eles atuam em grupos e, oficialmente, no caso da conquista do poder público, fazem-no por meio de organizações especializadas. Essas organizações são os partidos políticos, nos quais se estruturam as idéias, as estratégias para disputas de eleições, os planos de governo etc.

O voto é a principal forma de participação na tomada de decisões da vida pública. É por meio de participação que são eleitos governantes e representantes do povo em todos os níveis do poder público do país.


Extraído de “Política: ciência, vivência e trapaça” - Paulo Martinez

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Bolsa Desonestidade

Na última quarta-feira, 6, o TCU (Tribunal de Contas da União) divulgou um relatório inquietante. Trata-se de uma auditoria sobre o Bolsa Família, o mais importante programa de transferência de renda do governo federal, que pagará R$ 11,4 bilhões neste ano em benefícios entre R$ 20 e R$ 182 a mais de 11 milhões de famílias.

Alguns dos absurdos: ganhadora de um repasse mensal de R$ 94, uma família de Sergipe é proprietária de sete caminhões. A frota é avaliada em R$ 756.467,00. Outra família, de São Paulo, também recebeseu dinheirinho apesar de ter entre seus menbros o feliz proprietário de uma moto importada.

Os benefícios do Bolsa Família, que só podem ter renda até R$ 137 mensais por pessoa da família. No entanto, ao cruzar a lista de beneficiários do programa com os cadastros do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), os auditores identificam mais de 106 mil famílias proprietárias de veículos com valor acima de R$ 4.000,00. E pior: entre os veículos identificados, há 713 avaliados em mais de R$ 100 mil.

Como se não bastasse, na lista de beneficiários do Bolsa Família estão 20.601 políticos que recebem benefícios, a maioria deles, na categoria dos extremamentes pobres.
O cruzamento com o Sisobi (Sistema Informatizado de Controle de Óbitos) revelou ainda a presença de quase 300 mil pessoas mortas no cadastro único.

O combate às supostas fraudes poderia fazer o governo economizar o equivalente a 3,4 % da folha mensal de pagamentos de programa, o equivalente a R$ 318 milhões no período de um ano.
Então, fica a pergunta: onde foi parar a honestidade? Por que alguns são acostumadosa sempre ter vantagem?

Enquanto isso, aqueles que pagam impostos e trabalham de sol a sol, sustentam estes R$ 318 milhões que são despejados para quem não precisa.

Como não se revoltar? Como não questionar a eficiência deste programa social? É fundamental que o brasileiro tenha a ciência de que não é presidente Lula que arca com esse dinheiro que é doado aos "pobres". Ele sai do teu bolso. E então, você está feliz?

Extraído do editorial do "Jornal do Trem" - 08 a 14 de maio de 2009

sábado, 25 de abril de 2009

Viva?

Viva a liberdade de expressão!
Viva a sinceridade e a verdade!
Viva, Viva, Viva!
.
.
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Abaixe! Olhe a foice,
olhe o canhão,
contra o peão!
[E tristeza da nação]
.
.
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Morte, Morte, Morte!

quarta-feira, 25 de março de 2009

A Hora do Planeta

O gesto simples de apagar as luzes por sessenta minutos, possível em todos os lugares do planeta, tem como objetivo chamar para uma reflexão sobre a ameaça das mudanças climáticas.

"A Hora do Planeta é um gesto de engajamento, no qual cada um deve fazer a sua parte para um futuro melhor. Será uma demonstração da nossa paixão pelas pessoas, pela solução, pela conservação do planeta, e principalmente, pelo futuro e pela vida."

Álvaro de Souza
Presidente do Conselho Diretor do WWF-Brasil
Fonte: http://www.wwf.org.br

domingo, 15 de março de 2009

O socialismo, em Cuba, é irrevogável

por Michelle Amaral da Silva

12/03/2009 - Brasil de Fato

Igor Ojeda e Tatiana Merlino

enviados a Cuba


Da Baía dos Porcos, a distância até Jagüey Grande, à beira da Rodovia Central, não é grande. Uma estreita estrada esburacada, de uns 50 ou 60 quilômetros, separa os dois locais. Mas não são os defeitos no asfalto que mais chamam a atenção. Assim como em quase todos os cruzamentos e acostamentos, dezenas e pessoas pedem carona. (Em Cuba, essa prática é institucionalizada).


Uma delas é uma jovem na faixa dos 25 anos, que sobe ao carro na companhia de uma amiga. Cubana de nascimento, já não mora na ilha caribenha há sete anos, desde que mudou para Paris com seu marido francês. De férias, veio a seu país de origem para visitar a família.


Perguntada sobre o que acha da Revolução e do governo, não demora a fazer críticas. Lamenta as restrições às viagens para o exterior, as proibições de hospedagem a estrangeiros, a falta de possibilidades para a abertura para pequenos negócios.

A solução, então, é o capitalismo? “Não, de jeito nenhum!”, exclama.

Em Cuba, o fim do socialismo está fora de cogitação. Pelo menos essa é a impressão que fica ao se viajar pelo país, andar pelas ruas, falar com o povo. “Muita gente sai do país achando que será melhor, mas, quando saímos, vemos que não é assim. Aqui não tem crianças na rua, todo mundo tem saúde. Só acho que tem que melhorar algumas coisas”, se explica a jovem, que trabalha como garçonete na capital da França.


Orgulho

Apesar das muitas ponderações sobre os problemas internos, a mudança do sistema político e social não entra na conversa. Nas bocas da população, a Revolução é sinônimo de independência, dignidade e, sobretudo, justiça social. E as cubanas e cubanos se orgulham disso.


A ocasião da comemoração dos 50 anos da Revolução é ideal para comprovar tal sentimento. Durante o período entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, podia-se ver, nas fachadas de muitas casas e estabelecimentos, bandeiras de Cuba, do Movimento 26 de Julho (criado por Fidel Castro antes do triunfo), faixas e cartazes lembrando a data. Muitos dos prédios ornamentados, é verdade, eram hotéis, restaurantes e ministérios estatais. Mas pessoas “comuns” também faziam questão de mostrar que estão com a Revolução. Em suas residências, cartazes simples, de papelão, pintados com singelas inscrições, recordavam o cinquentenário da definitiva vitória rebelde sobre as forças do ex-ditador Fulgencio Batista.


O orgulho, porém, se mostra mesmo nas palavras. “Aqui não se paga pela educação, nem pela saúde. Quem precisa de uma cirurgia, de um atendimento médico, é só ir no hospital. Os remédios custam quase nada, têm um preço irrisório”, conta uma moradora de Bayamo, no oriente de Cuba, após se gabar de que seu país, ao contrário do Brasil, não sentiria os efeitos da crise econômica mundial: “aqui não!”.


Irrevogável”

Talvez a demonstração mais contundente, até hoje, do apoio popular ao socialismo em Cuba foi dada em 2002, após o ex-presidente estadunidense, George W. Bush, “exigir” mudanças no sistema político cubano. Entre os dias 15 e 18 de junho, mais de oito milhões de pessoas (de uma população de cerca de 11 milhões), atendendo ao chamado de organizações sociais, firmaram um abaixo-assinado pedindo uma reforma constitucional que estabelecesse, na Carta Magna, o caráter “permanente” e “irrevogável” do socialismo e do modelo político e social do país.


Assim, após a aprovação da alteração na Assembléia Nacional, o novo artigo 3 da Constituição reforçava: “O socialismo e o sistema político e social revolucionário estabelecido nesta Constituição, testado por anos de heróica resistência diante das agressões de todo tipo e da guerra econômica dos governos da potência imperialista mais poderosa que já existiu e, havendo demonstrado sua capacidade de transformar o país e criar uma sociedade inteiramente nova e justa, é irrevogável, e Cuba nunca mais voltará ao capitalismo”.


Poder popular

O socialismo cubano, na prática, havia sido paulatinamente implementado desde o triunfo da Revolução, em 1959. No entanto, foi só a partir de fevereiro de 1976 que o sistema político ganhou caráter oficial, com a promulgação da nova Constituição do país, que foi aprovada pelo voto livre, direto e secreto de 97,7% dos eleitores. A partir daí, consolidava-se um Estado Socialista de Direito.


Entre os pontos, estavam a instituição de um sistema de poder popular, como a nominação direta, pelo povo, de candidatos às eleições, a revogação de cargos e a rendição de contas aos eleitores; grandes prerrogativas legais para o Conselho de Ministros e de Estado; protagonismo do Estado no sistema político do país, com estrutura centralizada de direção; reconhecimento do Partido Comunista Cubano (PCC) como a força dirigente do Estado e da sociedade; propriedade estatal de tudo que não fosse pessoal, de pequeno produtor, de cooperativas ou de organizações sociais; e a unidade de poder e o centralismo democrático.


Em 1992, após a queda da União Soviética (URSS), o fim do suporte econômico e a entrada no chamado Período Especial, Cuba, vendo-se diante de uma situação bastante difícil, realizou uma ampla reforma em sua Constituição. Entre as modificações, figuraram a permissão do investimento estrangeiro; a limitação da propriedade estatal aos meios fundamentais de produção, permitindo, na prática, a propriedade privada sobre estes; e o estabelecimento de eleições diretas para as assembléias provinciais e nacional. A idéia, com a reforma, era conceder mais poder aos cidadãos: ampliação das eleições diretas de juízes e a criação dos Conselhos Populares, entre outras medidas.


Transformação

“Meu nome é Guadalupe, mas todos me chamam de Lupita”. Sorriso e maquiagem no rosto, brincos, colar e pulseiras, Lupita recebe os hóspedes com amabilidade. Mostra os quartos numa área anexa de sua casa, explica o funcionamento do chuveiro, pede os passaportes e, em seguida, volta oferecendo cerveja em lata.


Negra, aparentando uns 60 anos, mora com o marido, o filho e uma irmã. Seu canto, em Santiago de Cuba, é simples, mas bem decorado. Artesanatos, fotos, panos, flores... O olhar do visitante, viciado com a dura realidade brasileira, já conclui: família simples, de pouca instrução.


No dia seguinte, a impressão se desfaz nas primeiras palavras de Lupita: “Dáli, minha irmã, é médica-ginecologista. Luis, meu filho, estuda Direito”. Em seguida, “provocados”, todos começam a falar sobre os mais variados temas, nacionais e internacionais: democracia, embargo estadunidense, União Soviética, economia, Equador, Obama, Lula...

“Se não fosse a Revolução, não estaríamos conversando agora. Não teríamos como pagar os estudos de minha irmã e meu filho. Seria muito custoso. Poderíamos até ter profissão, mas não haveria emprego”, sentencia Lupita.


Sua vida e a de seus familiares, assim como a de milhões de cubanos, mudou após o triunfo da Revolução, em 1959. Se os rebeldes não tivessem chegado ao poder, provavelmente ela e seus parentes não teriam o nível de vida que possuem hoje.


Com o novo sistema político, Cuba conquistou níveis de universalização e qualidade no que se refere ao acesso à educação e à saúde, pilares da política social do regime, juntamente com a seguridade social. “Hoje, não tem ninguém desamparado. O pouquinho que há, se reparte entre todos. Se você fica doente, vai ao médico e não custa nada. Se não existisse o bloqueio econômico, estaríamos muito melhor. Hoje, mesmo com todos os ciclones, não falta nada a ninguém”, afirma Pedro Luis Sánchez, ex-carvoeiro de Playa Las Coloradas, no oriente cubano. (Leia mais na edição 315 do Brasil de Fato)