terça-feira, 16 de junho de 2009

(Fal)cidade

Pátio Higienópolis. Não poderia haver nome mais apropriado para um shopping center. Será inaugurado hoje. E foi batizado assim por causa de sua localização. Fica na avenida Higienópolis, no bairro de mesmo nome, em São Paulo.
Antigamente, numa São Paulo dominada pela nobreza do café, a Avenida Higienópolis abrigava famílias ricas. Seu nome é o resultado da fusão de higiene com pólis.
O primeiro vocábulo fala por si. O segundo vem do grego. Significa cidade. Higienópolis evocava a idéia de salubridade, em contraste com zonas periféricas de São Paulo, onde grassavam a varíola e a febre amarela.
Hoje, numa São Paulo bem diferente, a avenida Higienópolis virou corredor de automóveis, endereço de uma classe média que oscila entre a decadência e a emergência.
O shopping devolverá, por assim dizer, sentido à avenida. O Pátio Higienópolis será, como os outros shoppings, mais do que mero centro de compras. Será um lugar onde as pessoas se exilarão da realidade.
O shopping é uma cidade onde a cidade não entra. Ou, por outra, é uma cidade sem os problemas da cidade. Há de tudo em seu interior. Além de lojas, há ruas, praças, bancos para sentar, cinemas e, no caso do Pátio Higienópolis, até teatro, restaurante fino, escola de gastronomia, galeria de arte e pista de cooper.
Mas o que atrai num shopping, o que fascina é aquilo que ele não tem. Não há sujeira nem mau cheiro no shopping. Não há congestionamentos nem trombadinhas. Não há povo no shopping.
O preço da assepsia é a mentira. Sim, o shopping é uma cidade de mentirinha. A atmosfera climatizada e depurada, o piso de mármore, o fausto das lojas..., tudo no shopping conduz à fantasia da cidade sem miséria. Uma cidade onde a verdade é barrada na porta.O problema é que essa cidade idealizada fecha às dez da noite, devolvendo seus frequentadores à realidade. E a São Paulo autêntica, absurdo tornado irreversível, funciona 24 horas por dia.

Extraído de: Josias de Souza. Folha de São Paulo, 18 de outubro de 1999.p.1-2.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Paulo Freire para todos


Preciosidades da obra do pedagogo libertário Paulo Freire estão desbloqueadas para impressão. São nove livros importantíssimos de um pensador brasileiro comprometido profundamente com as causas sociais e a educação brasileira. O material é inovador, criativo, original e tem importância histórica inédita.


Sociedade de Consumo

O processo de industrialização traz alterações nos hábitos de consumo. Grande parte das populações dos países desenvolvidos e parte dos subdesenvolvidos enquadram-se no que poderíamos chamar de sociedade de consumo. Trata-se de uma sociedade que adquire uma grande quantidade de mercadorias e também de serviços e que acaba por valorizar extremamente o ato da compra. Esse fenômeno está relacionado ao que chamamos de consumismo.

Principalmente por influência da propaganda e dos meios de comunicação, as pessoas são levadas a querer consumir cada vez mais. Os anúncios publicitários, por exemplo, geralmente relacionam a imagem de um produto ao prazer, à felicidade e à realização, como se ao comprar o produto, as pessoas também adquirissem esses “bens”.

Também as novelas, os filmes, os grupos sociais atuam nesse sentido, estabelecendo modelos de comportamento e incentivando o consumo. Diante disso, as pessoas acabam consumindo, sem perceber, coisas de que não precisam realmente. Esse comportamento incentiva uma produção de mercadorias cada vez maior, exigindo uma exploração também maior dos recursos naturais.