segunda-feira, 25 de abril de 2011

ILHA DAS FLORES - 1988

ROTEIRO ORIGINAL
Jorge Furtado, dezembro/1988
Produção: Casa de Cinema de Porto Alegre

FATOS
A Ilha das Flores está localizada à margem esquerda do Rio
Guaíba, a poucos quilômetros de Porto Alegre. Para lá é levada
grande parte do lixo produzido na capital. Este lixo é depositado
num terreno de propriedade de criadores de porcos. Logo que o
lixo é descarregado dos caminhões os empregados separam parte
dele para o consumo dos porcos. Durante este processo começam a
se formar filas de crianças e mulheres do lado de fora da cerca,
a espera da sobra do lixo, que utilizam para alimentação. Como as
filas são muito grandes, os empregados organizam grupos de dez
pessoas que, num tempo estipulado de cinco minutos, podem pegar o
que conseguirem do lixo. Acabado o tempo, este grupo é retirado
do local, dando lugar ao próximo grupo.

O FILME
A idéia do filme é mostrar o absurdo desta situação: seres
humanos que, numa escala de prioridade, se encontram depois dos
porcos. Mulheres e crianças que, num tempo determinado de cinco
minutos, garantem na sobra do alimento dos porcos sua alimentação
diária. Esta situação absurda será mostrada de uma forma absurda.
O filme será estruturado como um documentário científico, do tipo
"Wild Life". A câmera vai seguir um tomate, desde a sua plantação
até o consumo por uma criança da Ilha das Flores, passando pelo
supermercado e pela casa de uma consumidora. Todas as informações
do texto serão ilustradas, da maneira mais didática possível. A
narração será feita no padrão normal dos documentários, sem
qualquer tom caricato e sem emoções.

PARTE 1



PARTE 2

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Das Revoluções Neolíticas à Agricultura de Precisão

1. Introdução
As áreas onde primeiramente surgiram as atividades agrícolas existiam diversidade de plantas e animais, além de matéria-prima. Essa diversidade permitiu a sobrevivência dos povos nômades, que eram caçadores e coletores, e que migravam em busca de alimentos, já que não tinham conhecimentos para cultivo.
Os povos que desenvolveram as atividades agrícolas tornaram-se sedentários (Revoluções Neolíticas), desenvolvendo noções sobre a vida vegetal, transformando as plantas, antes brotadas do solo, segundo as leis da natureza, aliadas à vida humana. A sedentarização do ser humano, pela prática da agricultura em lugares determinados, acabou levando o solo ao desgaste (em termo de nutrientes orgânicos e químicos) e desde então as comunidades passaram a desenvolver também métodos de otimização, ainda que rudimentares, dessas propriedades do solo, aumentando ainda mais a “engenhosidade” destas populações.
Técnicas como o pousio¹ das terras, a utilização do esterco, a rotação de culturas e o novo cultivo, causado pelo processo denominado como enclosures, principalmente na Inglaterra, separando os animais dos cultivos, permitiram ao homem maior produção de alimentos para alimentar a população crescente na Inglaterra e demais regiões da Europa.

“Vossas ovelhas, em geral tão mansas e que se alimentam tão pouco, estão se tornando, dizem, tão indomáveis e tão vorazes que devoram os próprios homens, despovoam e devastam o campo, as casas e as cidades. Pois, se alguma parte do reino produz uma lã mais fina, portanto, mais preciosa, logo se vê aí os grandes e nobres, a te os santos abades – não contentes com os tributos e rendas anuais que seus avós outrora aumentavam pela conquista – suprimem as terras aráveis e promovem cercamentos para a criação, por toda as partes demolindo as casas; e as ovelhas vêm pastar nas igrejas que se mantiveram em pé...Para que um só homem possa satisfazer sua avidez insaciável, verdadeiro flagelo para o país, para que ele possa reunir térreas num domínio..., os aldeões são expulsos de suas terras, despojados pela fraude ou pela violência ou, ainda, ...se resignam a vender seus bens.”
Thomas Morus, Utopia (1516)
¹ pousio: Interrupção temporária da cultura de um terreno, para que ele se torne mais fértil, através da regeneração.

Com o aumento das técnicas no campo, a produção de alimento se tornou crescente, permitindo assim o crescimento populacional na Inglaterra e que mais tarde seria um dos fatores para a Revolução Industrial. As imagens poderosas de Morus, falando de “ovelhas poderosas devorando homem” e de “santos abades ávidos de rendas”, podem ser testemunhos desta época (primeiras décadas do século XVI), quando começa a ocorrer a expulsão dos camponeses de suas terras para a produção de lá e alimentos. Esses camponeses se dirigem às cidades, sendo mais um dos fatores para a Revolução Industrial. Vale salientar que o com o rigoroso clima da Europa durante o inverno, as atividades de plantio eram prejudicadas e decorre aí a importância da batata. Por se tratar de um tubérculo, esse vegetal foi cultivado em larga escala por se manter imune às condições do clima, além de ser nutritivo.
A partir da Revolução Industrial e da Revolução Demográfica, o uso da técnica permite o desenvolvimento das sociedades e seu crescimento. Cada vez mais a produção agrícola cresce, agora, além da técnica, também é movida pela ciência que permitiu avanços consideráveis, de modo geral. Com a 2º Revolução Industrial e o pós- guerra (1945 e diante) criou-se formas cada vez mais avançadas de produção de alimentos.

2. Revolução Verde
Em 1970, Norman Borlaug, recebeu o Prêmio Nobel da Paz e disse a célebre frase "eu fui escolhido para simbolizar a importância vital da agricultura e da produção de alimentos para um mundo que está com fome de pão e de paz". Considerado o pai da Revolução Verde a propaga como sendo a grande esperança de acabar com a fome e implementar a paz no mundo. Norman - “Não posso e não permanecerei de braços cruzados assistindo milhões morrerem de fome, quando está dentro do meu poder e do poder da ciência agrícola moderna impedir esta catástrofe imoral”.
A Revolução Verde (RV) deu seus primeiros em 1943, quando o Governo Mexicano convidou a Fundação Rockefeller, para desenvolver trabalhos sobre as causas da fraqueza de sua agricultura. Nas regiões agrícolas visitadas se constatou estagnação, variedades fracas, solos exauridos e grande disseminação de pragas e doenças, diante disso, os melhoristas e geneticistas da Fundação, sob a coordenação de Norman Borlaug, conseguiram desenvolver sementes mais produtivas e resistentes de trigo, realizando investimentos em fertilizantes, irrigação e produtos para o controle de pragas e doenças. Sete anos depois, o México quadruplicava sua produtividade de trigo, em 1956, esse país atingia auto-suficiência na produção do cereal. A "Revolução Verde" foi um programa que tinha como objetivo principal aumentar a produtividade agrícola no mundo, através do desenvolvimento de experiências no campo da genética vegetal para a criação e multiplicação de sementes adequadas às condições dos diferentes solos e climas e resistentes às doenças e pragas, bem como a descoberta e aplicação de técnicas agrícolas modernas e eficientes sempre com o uso intenso de insumos químicos. Baseia-se em: utilização de sementes melhoradas - as variedades de trigo e arroz da Revolução Verde afastaram este cenário desesperador de fome mundial; insumos industriais (fertilizantes e agrotóxicos), introduzindo a agricultura química e suas novas sementes; intensificação da mecanização com conseqüente diminuição de mão de obra; tecnologia para o plantio, irrigação e colheita e criação das regiões funcionais.
A RV se baseia também em biotecnologia utilizando técnicas de transferência de genes de uma espécie para outra, visando a obtenção de organismos com características novas ou melhoradas relativamente ao organismo original, são os chamados transgênicos. As vantagens da Biotecnologia são: resistência a insetos e pragas; adaptação a diferentes climas; maior produtividade; Maior capacidade de resistência ao armazenamento e menor necessidade de processamento industrial. Porém algumas desvantagens precisam ser mencionadas como: empobrecimento da biodiversidade; desenvolvimento de ervas - daninhas mais resistentes; aparecimento de novos vírus; acordos com as empresas obrigam a usar somente produtos da respectiva firma; desconhecimento das conseqüências da utilização dos alimentos geneticamente alterados à longo prazo.

Alguns problemas foram desencadeados pela RV como: aumento da despesa com cultivo devido ao alto custo de fertilizantes e agrotóxicos dos mais variados tipos como herbicidas, fungicidas e pesticidas, já que a maior parte destes produtos deriva do petróleo, portanto além da dependência; a poluição, que é ocasionada pelo excesso de agrotóxicos na atmosfera causando danos a saúde, como alergias, asma, bronquites, além de doenças mais graves como o câncer. Outro problema é o endividamento dos agricultores e conseqüente êxodo rural; perda de biodiversidade com esgotamento dos solos pelo uso de culturas iguais, deslocando os grãos alimentícios mais nutritivos; a grande quantidade de produtos químicos; a excessiva irrigação que levou ao encharcamento e à salinização do solo e ao esgotamento da água subterrânea; o avanço nas fronteiras agrícolas destruiu milhões de hectares e transformou-os em desertos ou em áreas improdutivas. Por fim, a dependência de grandes empresas de insumos agrícolas que defendem os interesses econômicos de poderosos grupos internacionais já que a Revolução Verde serviu de carro chefe para ampliar no mundo a venda de insumos agrícolas modernos: máquinas, equipamentos, fertilizantes, defensivos, pesticidas, etc.
Hoje, o Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. Entre 1987 e 1997, a quantidade de herbicidas comercializados no Brasil passou de 51.936 toneladas para 132.574 toneladas de produto comercial.
A Revolução Verde quando acompanhada da reforma agrária, acarreta benefícios sensíveis para a maioria ou a totalidade da população. Porém, sem essa dupla, apenas uma minoria de agricultores consegue se adaptar, enquanto os pequenos proprietários rurais ficam marginalizados do processo. Os impactos da RV sobre o meio ambiente e sobre a saúde foram geradores de crescentes movimentos de resistência a alguns pesticidas e agrotóxicos. Além dos ambientalistas que combatiam as queimadas e o desmatamento para extensão das áreas de cultivo.

3. Agricultura de Precisão
A Agricultura de Precisão inicia-se em 1990 nos EUA e Europa e é fruto da busca incessante pelo aumento da eficiência e produtividade na agricultura, assim como em todos os setores da economia globalizada. Nota-se que com essa nova tecnologia dentro do campo a experiência empírica do camponês tradicional é cada vez mais esquecida e menos importante, é assim fruto da experiência do mercado e da técnica.
Dessa forma temos que a Agricultura de Precisão é o conjunto de técnicas e procedimentos que permite conhecer, localizar geograficamente e delimitar áreas de diferente produtividade, través do emprego da informática, programas específicos, sensores, controladores de maquinas e sistemas de posicionamento global. (CAMPO, 2000).
Segundo a EMBRAPA (1997), o termo Agricultura de Precisão engloba o uso de tecnologias atuais para o manejo de solo, insumos e culturas, de modo adequado às variações espaciais e temporais em fatores que afetam a produtividade das mesmas.
Na Agricultura de Precisão, dentro do campo, é considerada a variabilidade espacial, pois as áreas não são homogêneas e dessa forma, para cada área especifica do terreno, são colhidos dados específicos que permitem a análise e tratamento diferenciado de cada trecho do campo. Temos por exemplo à aplicação de insumos feita de forma localizada e em taxas variáveis. Ao contrário, a agricultura tradicional não considera essa variabilidade do campo e trata-o com valores médios na aplicação de insumos. Decorre daí parte do diferencial e da inovação nessa nova técnica de produção agrícola.

3.I. Procedimentos Técnicos da Agricultura de Precisão
* Preparação do solo: é realizada a análise do solo para busca das causas da variabilidade de produtividade. Cada trecho analisado é atrelado a uma localização especifica com auxílio do GPS. Posteriormente, após a análise, realiza-se aplicação de fertilizantes e corretivos a taxas variáveis.

* Plantio: é realizado através de taxas variáveis, de acordo com o potencial produtivo de cada área. Se dada área tem um potencial produtivo maior, nesse trecho do campo, as semeadeiras irão disponibilizar maior quantidade de sementes por área.

* Acompanhamento da lavoura: através de tecnologias como o sensoriamento remoto, faz-se o mapeamento de pragas e doenças, além do acompanhamento da taxa de crescimento dos vegetais. Com esse levantamento é possível realizar a aplicação de defensivos agrícolas de forma localizada.

* Colheita: durante a realização da colheita, o maquinário realiza o levantamento da produtividade do campo. Isso é possível através de sensores específicos instalados nas máquinas. Posteriormente, especialistas geram mapas de produtividade com o auxílio de softwares. Esses mapas de produtividade e dados específicos são comparados com dados anteriores à aplicação da Agricultura de Precisão e com as safras posteriores à sua implantação.

Nota-se que é a partir de um conjunto de procedimentos comuns que casa campo exigirá soluções particulares. Esses procedimentos comuns da Agricultura de Precisão permitem uma gestão do território, que está apoiada no planejamento e no acompanhamento contínuo do processo produtivo e, principalmente, na disponibilidade de informação para a tomada de decisão.
É uma técnica que permite a racionalização máxima da produção e do território, sendo fruto de pesquisas constantes em crescimento exponencial.

3.II. Ferramentas da Agricultura de Precisão
GPS: é o sistema de global de posicionamento. Usado em todas as fases da safra, desde a preparação do solo à colheita. Possibilita o georrefrenciamento, que é dado pela localização mais a associação de dados do campo analisado. Normalmente, o GPS vem instalado no maquinário, permitindo a orientação dos sistemas de navegação.

Sistemas de Navegação: aparelho que quando instalado ou próprio do maquinário, permite a orientação da máquina dentro do campo agrícola. É responsável por obedecer aos comandos a serem realizados sobre o campo, tais como: aplicação de insumos de forma diferencial e localização dentro do campo, registrando todos os processos realizados.

Sistemas de Informação: forma o núcleo da Agricultura de Precisão, pois desde a análise do solo até a colheita, todos os dados passam por esses sistemas que tem por objetivo analisar os dados e retransmiti-los às máquinas dentro do campo. Através de aparelhos como computadores e softwares são gerenciados dados, produzidos mapas e tomadas decisões. Dados gerais (condições geológicas, umidade do solo, minerais presentes, Ph) são interpretados e dessa forma, escolhe-se o melhor manejo e procedimentos a serem tomados.

Sensoriamento: tecnologia que permite a aquisição de dados referentes aos campos de produção, tais como: estimativa da área plantada; tipos de culturas instaladas; tipos de solos; infestação de plantas daninhas; deficiências nutricionais e acompanhamento do desenvolvimento da cultura. Pode ser classificado em sensoriamento direto e indireto.

• Sensoriamento direto (restrito à colheita): são sensores de fluxo de grãos, teor de umidade, etc. Realizam medições durante a colheita, produzindo informações georreferenciadas.
• Sensoriamento indireto: identificam as propriedades do solo e as condições da cultura. Está subdivido em sensoriamento local e remoto, vejamos a tabela abaixo:

O Sensoriamento Remoto há 10 anos era pouco usado, devido à baixa resolução espacial e espectral. Ressalta-se que disponibilidade de informações em tempo hábil para ação era lenta – cerca de dois meses. Atualmente, em torno de uma semana ou menos. Com a evolução do sensoriamento remoto é possível estabelecer estimativas de evapotranspiração e deficiência hídricas, permitindo a viabilização de sistemas de irrigação. Além de detectar mudanças fisiológicas e estruturais das plantas, mesmo antes de estas alterações estarem visíveis a olho nu. Essa tecnologia exige grandes somas de dinheiro e está ligada diretamente aos grandes produtores.

3.III. Técnica de Taxa Variável (VRT)
O termo VTR refere-se ao termo em inglês Variable-Rate Technology, que é um conceito pioneiro usado pela agricultura de precisão nos EUA desde 1980. Mais que um conceito, a técnica de taxa variável se mostra eficiente, pois a partir dela os insumos, de modo geral, são aplicados de forma a atender as necessidades específicas de cada trecho do terreno, do campo. Essas taxas de insumos diferenciais são possíveis através de um levantamento prévio do campo.
Com essa técnica ocorre o aumento da produtividade e diminuição dos gastos com insumos, já que determinadas áreas precisarão de doses exatas de insumos. Isso significa otimização do lucro, já que não há desperdícios e nem sobras. Vejamos o esquema abaixo, onde são colocadas duas situações diferentes:


3.IV..Vantagens da Agricultura de Precisão
A agricultura de precisão traz grandes vantagens ao agricultor, pois aumenta a produtividade da lavoura, devido a otimização do local de cultivo. Traz melhorias ao meio ambiente, devido a redução de fertilizantes e agrotóxicos, pesticidas entre outros.
Com a tecnologia utilizada acumulam-se registros úteis e detalhados, pois gera um banco de dados possibilitando o mapeamento da produção, dessa forma se obtendo o controle de toda a situação pelo uso da informação, controle de pragas em tempo hábil para diminuir a perda na produção e o controle para que outras células não sejam atingidas.
Proporciona também a sustentabilidade da terra, que se dá devido à redução de insumos (fertilizantes e praguicidas), conseqüentemente a redução na poluição dos solos e a redução do custo da produção no geral.

4. Agricultura de Precisão no Brasil
As primeiras aplicações ocorreram em Uberlândia – MG (1998), técnica introduzida pelo consórcio Agrisat em um raio de 200k devido ao manejo e locomoção dos maquinários. O projeto piloto teve início com 400 mil hectares, exclusivamente com plantio de grãos.


A região de Uberlândia foi escolhida para o projeto piloto por diversos fatores dentre eles, talvez o mais importante para agricultura de precisão, o tamanho das propriedades (concentração fundiária), pois de acordo com a lógica da agricultura de precisão, para que se obtenha a lucratividade esperada, há a necessidade de que as propriedades sejam grandes, devido ao custo beneficio, é necessário que os proprietários também estejam dispostos a inovar a investir para aumentar o percentual de lucro.
A topografia e o clima também são fatores de grande importância e o domínio dos cerrados é um espaço territorial marcadamente planáltico, desta forma facilita a utilização dos maquinários utilizados na agricultura de precisão. Uma grande vantagem que esta localidade possui é a presença de grandes empresas de produtos derivados de milho e soja, que foram atraídas pelas facilidades da região. Desta maneira potencializando o valor agregado transformando milho e soja em óleo comestível, ração animal, amido e glicose entre outros.
Atualmente, a Agricultura de Precisão está presente em regiões centrais do Brasil (Centro-Oeste), porém também é possível encontrá-la nas regiões Sul e Sudeste. Essa localização está ligada diretamente à mentalidade mais aberta a inovações por parte dos proprietários do Centro-Oeste. Essa alegação faz sentido pelo fato que São Paulo e o Sul se apresentam como áreas em que o campo tem maior densidade técnica, impondo resistências às novíssimas tecnologias.
“As áreas cultivadas no cerrado, por sua vez, apresentam-se menos rugosidades e, por isso, prestam-se mais adequadamente a receber o que há mais de novo em tecnologias da informação aplicadas à agricultura.” (SANTOS, 1978)
Recentemente, dentro do cenário de crescimento da produção agrícola e exportação de grãos e demais produtos do agrobusiness nacional, novas entidades privadas e do ramo de pesquisas e desenvolvimento, amparados pelo governo investem quantidades generosas de capital para o aumento das pesquisas e resultados dentro do campo. Promove-se assim, a ascensão do Brasil no cenário mundial agrícola. Temos por exemplo: a Embrapa que desde 1999 desenvolvem pesquisas de forma integrada entre os seus centros de pesquisa, universidades, cooperativas e iniciativas privadas, visando desenvolver e adaptar técnicas adequadas para o agricultor; e a ESALQ – USP, a qual promove o uso de tecnologia nacional, realiza pesquisas e análises.

5. Conseqüências Gerais da Agricultura de Precisão
A AP tende a se tornar cada vez mais comum nas grandes propriedades rurais. As tecnologias existentes hoje permitem grande conhecimento do campo e suas parcelas, o que proporciona grande a tomada de decisões com base de dados precisos. A Agricultura de Precisão ocasiona a especialização dos lugares devido à implantação de empresas para a produção de produtos considerados como agrobusiness e que precisam de alta tecnologia, que tem reflexo sobre o território (fixos e fluxos) e, por sua vez, gera o aumento da produção e a otimização da área cultivada (mantém ou diminui a área cultivada com o aumento da produção – ou seja, aumenta-se a produtividade).
Em contrapartida, por se tratar de alta tecnologia, tem seu custo elevado e tal fato acaba ocasionando a exclusão de pequenos agricultores (agricultura familiar), é um recurso que acaba sendo utilizado predominantemente pelas grandes corporações.

6. Referências Bibliográficas
Castillo, Ricardo. Sistemas Orbitais e Uso do Território – Integração eletrônica e conhecimento digital do território brasileiro. São Paulo, tese de doutorado, 1999, DG – FFLCH-USP.

AZEVEDO
, L.H.A. Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento integrados ao planejamento territorial. São Paulo, tese de doutorado, 1994, DG – FFLCH-USP.

EMBRAPA MILHO E SORGO. Introdução à Agricultura de Precisão: Conceitos e Vantagens. Revista Ciência Rural, Santa Maria, 2002, v. 32, n.1. p. 159-163.

CAMPO, P. do. Agricultura de precisão. Inovações do campo. Piracicaba. 2000. Disponível em: http://www1.portaldocampo.com.br/inovacoes/agric_precisao03.htm. Acessado em: 06 de outubro de 2008.

MOLIN, J. P. Agricultura de precisão – o gerenciamento da variabilidade. Piracicaba:
2001, 83 p.

SANTOS, Milton. Por uma nova Geografia Nova. São Paulo, 1978, Hucitec.

SANTOS, Milton. 1996. A Natureza do espaço, razão e emoção. São Paulo, 1996, Hucitec.

ZEILHOFER, Peter. Introdução ao Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto. Disponível em: http://www.geografia.ufmt.br/downloads/lig/Apostila/SR.pdf. Acesso em: 15 out. 2008.

SANTOS, Maria Durvalina. Disciplina de Fisiologia Vegetal. Jaboticabal, 2006, UNESP.
Disponível em: http://www.fcav.unesp.br/download/deptos/biologia/durvalina/TEXTO-86.pdf. Acesso em: 14 de outubro de 2008

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Reflexão (O lixo no Meio Ambiente)

O CONCEITO DOS “TRÊS ERRES”- reduzir, reutilizar e reciclar

A busca alternativa para a destinação do lixo também é um exemplo de como se pode pôr em prática o conceito de desenvolvimento sustentável, ainda que de forma localizada. Trata-se da aplicação do conceito dos “três erres” - reduzir, reutilizar e reciclar.

Para reduzir a quantidade de lixo produzida, por exemplo, seria necessário consumir menos, não desperdiçar alimentos e procurar mercadorias cujas embalagens possam ser reutilizadas ou recicladas.
Além do aproveitamento de embalagens para outros fins (vidro de maionese podem ser usados, por exemplo, para guardar temperos; latas de refrigerante podem ser usadas como porta lápis), a doação de objetos que não vamos mais utilizar e o uso do verso de folhas de papel para rascunho são formas de reutilizar.
Reciclar significa produzir novas mercadorias – por exemplo, embalagens plásticas, papel, latas de refrigerante, vidro – utilizando materiais descartados, como plásticos, papéis, vidros, metais, restos de alimentos, entre outros. Reciclagem é um processo industrial que começa com a separação dos materiais descartados a serem posteriormente utilizados na fabricação de novos produtos. Nesse processo, portanto, o lixo serve como matéria-prima.

Para reflexão, veja o vídeo abaixo:



A SOCIEDADE DE CONSUMO

O processo de insdustrialização traz alterações nos hábitos de consumo. Grande parte das populações dos países desenvolvidos e parte dos subdesenvolvidos enquadram-se no que poderíamos chamar de sociedade de consumo. Trata-se de uma sociedade que adiquire uma grande quantidade de mercadorias e também de serviços e que acaba por valorizar extramamente o ato da compra. Esse fenômeno está relacionado ao que chamamos de consumismo.
Principalmente por influência da propaganda e dos meios de comunicação, as pessoas são levadas a querer consumir cada vez mais. Os anúncios publicitários, por exemplo, geralmente relacionam a imagem de um produto ao prazer, à felicidade e à realização, como se ao comprar o produto, as pessoas também adquirissem esses “bens”.
Também as novelas, os filmes, os grupos sociais atuam nesse sentido, estabelecendo modelos de comportamento e incentivando o consumo. Diante disso, as pessoas acabam consumindo, sem perceber, coisas de que não precisam realmente. Esse comportamento incentiva uma produção de mercadorias cada vez maior, exigindo uma exploração também maior dos recursos naturais.

1)De acordo com o texto, o que leva as pessoas a consumir cada vez mais produtos de que não necessitam realmente?
2)Qual a consequência do consumismo para a sociedade e para a natureza?

Reflexão (Trabalho Infantil)

(I) ”O que eu sonho? Eu é ter uma vida boa andando de bicicleta pelo mundo todo. Ler eu não sei não. Ma já sei escrever o meu nome [...] Um dia eu me cortei, saí de casa sem comer e quando levantei o facão para cortar a cana...ele cortou minha mão. Foi um corte feio, cinco pontos, mas não deixei de trabalhar não”.
Carlos Adriano, 1 2 anos - morador de Cortês (PE)

(II)” É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”
Constituição da República Federativa do Brasil, art. 227

Responda:
a) Você acha que Carlos Adriano teve seus direitos desrespeitados? Quais seriam esses direitos?
b) Quais são os possíveis motivos desse desrespeito aos direitos infantis?

Postado por Paulo T. Matiuzzi

ONU – Organização das Nações Unidas


ONU – Organização das Nações Unidas
→ Criada em 1945 durante a Conferência de São Francisco por 51 países. Atualmente, 192 países fazem parte da organização.

Objetivos
→ Garantir a paz entre os povos;
→ Estabelecer um sistema de segurança coletiva;
→ Proteger os direitos humanos;
→ Trabalhar em conjunto para ajudar as pessoas a viverem melhor, eliminando a pobreza, erradicando doenças e diminuindo o analfabetismo. Incentiva o respeito e a liberdade das pessoas.

Órgãos Deliberativos
→ Assembléia Geral: trata de assuntos não ligados a questões de paz e segurança.
Principais decisões: são tomadas por maioria qualificada de 2/3.
Decisões corriqueiras: necessitam de maioria simples.

→ Conselho de Segurança: é responsável pela tomada de decisões de assuntos ligados a paz e segurança.
Composto por 5 membros permanentes e 10 rotativos eleitos pela Assembléia Geral.
“Poder de veto”: EUA, Rússia, China, Inglaterra e França. As decisões são tomadas apenas se não houver um veto.

Composição
A ONU é uma organização multilateral, atuando em várias esferas como na área da saúde; do trabalho; agricultura e alimentação, educação; meio ambiente e outros. São exemplos:

OMS – Organização Mundial da Saúde
OIT – Organização Internacional do Trabalho
FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
UNESCO - Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura
UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

Em 2000, a ONU – Organização das Nações Unidas, ao analisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu 8 Objetivos do Milênio – ODM, que no Brasil são chamados de 8 Jeitos de Mudar o Mundo.

Veja a apresentação...

Apresentação para ensino fundamental. 9º ano (8ª série) da Escola Ana Rodrigues de Liso - Proposta Curricular do Estado de São Paulo
Prof. Paulo Matiuzzi

A construção do território brasileiro por meio de mapas

A construção do território brasileiro

Todo processo de construção de um território tem uma história. Nem sempre o nosso país apresentou a configuração e os limites internos que conhecemos atualmente e vamos analisar como o processo de construção do território brasileiro se construiu historicamente.
Ilustração de umas das primeiras atividades dos portugueses no Brasil: exploração do Pau Brasil com o trabalho indígena

Em 1500, quando os portugueses chegaram às terras que hoje compõem o Brasil, encontraram muitos grupos nativos, que foram denominados índios.
A primeira expedição após o descobrimento foi enviada com o objetivo de conhecer essas novas terras e estabelecer pontos estratégicos para definição mais tarde dos limites territoriais. As primeiras atividades econômicas estabelecidas pelos colonos foram a extração de madeira e caça de animais de matas. Nesse trabalho era utilizada a mão-de-obra indígena, que recebia em troca objetos de pouco valor. Esse tipo de troca é conhecido como escambo.
O planisfério de Cantino é uma das mais antigas cartas que representam os descobrimentos marítimos portugueses

A Coroa portuguesa estabeleceu as feitorias, que foram os primeiros portos onde atracavam os navios portugueses e que também servia de pontos de patrulha contra os contrabandistas. A colonização efetiva das terras ocorreu em 1530, pois havia receio da Coroa Portuguesa de invasão por outros povos. Dessa forma teve início ao processo de ocupação e organização do espaço brasileiro. Foi estabelecido o governo geral, tendo como sede a cidade de Salvador.
As terras foram divididas em capitanias hereditárias que eram grandes propriedades rurais doadas pela Coroa Portuguesa a portugueses de confiança, os quais tinham o objetivo de produzir nessas terras e ocupá-las. Além da caça e extração da madeira, foi introduzido o plantio da cana-de-açúcar. Essas atividades permitiram o surgimento de vilas e cidades. Foi introduzida a mão-de-obra escrava africana.
A cana-de-açúcar foi grande fonte de riqueza no século XVI e responsável pela ocupação e povoamento do território brasileiro nos primeiros anos. Nos séculos seguintes outras atividades foram desenvolvidas, tal como a criação de gado para alimentar a população crescente. A criação de gado permitiu a ocupação de grande parte do território do sertão nordestino.
No século XVII, a mineração deixou marcas no interior do Brasil, contribuindo para a formação de povoações como Sabará, Vila Rica (atual Ouro Preto), Mariana, entre outras. A capital do Brasil transferiu-se para o Rio de Janeiro. Durante todo esse período outras atividades também foram produzidas, principalmente para alimentar a população. As drogas do sertão também levaram a exploração do interior do território.
O café, produto que se destacou no século XIX, foi responsável pela ocupação efetiva de São Paulo e Paraná. A produção de borracha na Amazônia atraiu grandes levas de populações para a última área do país a ser ocupada.
O desenvolvimento de todas essas atividades contribuiu para a ocupação e a transformação do espaço geográfico brasileiro ao longo da história do país.

Uma ocupação com muitos conflitos

A ocupação e delimitação do território brasileiro ocorreu com muitos conflitos. Inicialmente houve conflito entre os colonizadores e os índios que aqui viviam. Também houve conflitos entre Portugal e Espanha que disputam territórios na América do Sul. E mais tarde houve conflitos entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Dessa forma notamos que o território nacional foi sendo definido por meio de conflitos e tratados.
Até o século XVI, a fronteira oeste do Brasil era definida pelo Tratado de Tordesilhas, o qual anos mais tarde foi trocado pelo Tratado de Madri (1750), que estabeleceu um contorno próximo do que conhecemos atualmente.


Mapa Econômico do Brasil – Século XVI

Mapa Econômico do Brasil – Século XVII

Mapa Econômico do Brasil – Século XVII
O avanço em direção ao interior do Brasil fez com que áreas ocupadas pelos portugueses ultrapassassem os limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas.

7ª série - Questões do Provão e Gabarito

Seguem as questões do provão aplicado em 07/04/2011. Aproveitem para revisar, estudem!

31) Observe a figura abaixo.
A qual dos “meios geográficos” ela se relaciona?
a) natural
b) aquático
c) técnico
d) técnico-científico-informacional
e) natural e técnico

32) Antes mundo era pequeno
Porque Terra era grande
Hoje mundo é muito grande
Porque Terra é pequena [...]
De jangada leva uma eternidade
De saveiro leva uma encarnação
De avião, o tempo de uma saudade [...]
Pela onda luminosa
Leva o tempo de um rio
(Gilberto Gil - “Parabolicamará”)

O texto acima é uma referência:
a) à globalização das relações sociais, que somente é possível sem tecnologia.
b) aos períodos geológicos da Terra.
c) às formas de produzir mercadorias, as quais ocorrem à velocidade de um raio.
d) à vida dos pescadores que ainda usam a jangada, quando o mundo já dispõe de outras tecnologias como aviões e fibras óticas.
e) ao atual período da globalização, no qual as distâncias entre os lugares são relativas, pois os meios de comunicação as diminuiram.

33) Os mapas T-O tinham uma visão relisiosa do mundo e eram produzidos por pessoas ligadas à Igreja, sem fins práticos de localização. Sempre mostram Jesusálem no “meio” do mundo e o Velho Mundo. Quais são os continentes conhecidos como Velho Mundo?

a) América, África e Ásia
b) América, África e Oceania
c) Europa, Ásia e África
d) Europa, Ásia e Oceania
e) Oceania, América e Antártida

34) Em busca de especiarias no Oriente, os aventureiros se lançavam ao mar em suas caravelas. É nesse contexto que a América é descoberta. Para navegação, os navegantes usavam as cartas portulanas. O que são as cartas portulanas?

a) Mapas do continente americano.
b) Mapas da Europa Feudal.
c) Mapas que mostravam com precisão os continentes conhecidos e indicavam a direção dos ventos.
d) Mapas que mostravam em quais partes do oceano havia monstros amaldiçoados.
e) Mas que mostravam os locais em que as especiarias se localizavam e as terras a descobrir.

Gabarito (respostas)
31 - d
32 - e
33 - c
34 - c
35 - a

5ª série - Questões do Provão e Gabarito

Seguem as questões do provão aplicado em 07/04/2011. Aproveitem para revisar, estudem!

31) As paisagens são dinâmicas e mudam constantemente, sejam pelas forças naturais ou sociais. O que são elementos sociais em uma paisagem? Assinale a alternativa correta.

a) Rios, montanhas e praças
b) Rios, avenidas e prédios
c) Prédios, avenidas e plantações
d) Rochas, plantações e rios
e) Aeroportos, Florestas e Hidrelétricas

32) A Geografia ocupa-se do estudo e análise das paisagens para entender o modo de ocupação e uso da superfície da Terra. O que é paisagem?

a) É tudo que pode ser visto pelo homem, ou seja, apenas elementos naturais.
b) É tudo que pode ser visto pelo homem, ou seja, apenas elementos sociais.
c) É tudo que pode ser visto pelo homem, incluindo os elementos naturais e sociais.
d) É toda a superfície da Terra, que pode ser vista pelo homem.
e) É apenas um quadro de uma floresta, pintado por um ator.

33) Além do estudo das paisagens por quadros e fotos, podemos utilizar _______________ de uma pessoa que vive em um determinado lugar há bastante tempo, pois elas percebem e notam as modificações das paisagens ao longo de sua história. Assinale a alternativa que complete a lacuna corretamente.

a) o computador b) o mapa c) a bússola d) a memória e) o trabalho

34) Leia o depoimento abaixo:

“Antigamente havia apenas mato e mais mato, os animas circulavam por aqui e ali. Pouco tempo depois o mato foi cortado e apareceram as primeiras casas e ruas de barro mesmo. Hoje existem carros e caminhões por essa avenida.” O depoimento indica o processo de:
a) Destruição total da natureza

b) Substituição de parques
e) Alteração do clima global
d) Humanização das paisagens
e) Criação de velhas paisagens

35) “A paisagem é dinâmica e através da forças humanas e naturais vive em constante transformação.” Qual é o significado mais adequado para a palavra grifada?

a) que está parado
b) que nunca se modifica
c) que está em mudança
d) que nunca muda
e) que é natural

Gabarito (respostas)
31 - c
32 - c
33 - d
34 - d
35 - c

sábado, 9 de abril de 2011

DA FORMAÇÃO EM MASSA AOS TIROTEIOS EM ESCOLAS E CINEMAS

Pequeno texto escrito por mim, após assistir um belo desabafo verbal e escrito, da professora Drª Maria Eliza Miranda, da FFLCH/USP.

DA FORMAÇÃO EM MASSA AOS TIROTEIOS EM ESCOLAS E CINEMAS
Vejo a formação continuada do Estado como um projeto de formação rápida de mão de obra, voltada para uma economia crescente no Brasil (é só observar a quantidade de instituições de ensino técnico inauguradas nos últimos anos). É um modelo educacional que não tem formação cidadã. Esse modelo de formação em massa não atende às necessidades que a nossa sociedade dinâmica exige, esse modelo não dá aos nossos alunos formação social e moral. O atual modelo educacional e o ambiente em sala de aula prioriza apenas os alunos que aprendem, abandonando os demais. Mas existe um outro tipo/comportamento de aluno, é aquele que nunca é lembrado, trata-se do aluno quieto e que passa sem ser notado (aprendendo ou não). Formação em massa é ignorar as especificidades de cada educando, o que pode resultar em alunos reprimidos e ignorados (alunos invisíveis, mas que irão aparecer...).

Esse tipo de aluno, esquecido por todos, está muito mais vunerável a explodir sua violência interna mais tarde, atirando e matando em cinemas e escolas. Amigo, o sistema abandona...ele mata e forma para matar, através de suas políticas públicas de fundo de quintal e que abandona os necessitados. E ninguém se manifesta, enfim: somos todos culpados!

Exemplos do descaso, do abandono, da falta de políticas públicas eficientes!

Massacre em Columbine e o episódio do ônibus 174 (veja o trailer do filme)

Grêmio Estudantil - Orientações

Agora que os alunos foram orientados, formaram as chapas e entregaram os seus projetos à direção da escola, é torcer e aguardar. Em breve ocorrerá a eleição.
Que a melhor proposta seja escolhida; que os alunos através do diálogo bem articulado traga benefícios à escola e à comunidade; que participar do grêmio possibilite não somente aos integrantes, mas para todos alunos maior participação política e social; que o grêmio possibilite a formação cidadã e moral.


¹Apresentação feita com a partipação da professora Luciene (Biologia)
²Fontes: PUC - Rio Grande do Sul e DiaDiaEducação - Paraná

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Direitos Humanos? What's ?

O que vocês entendem por direitos humanos?

Quais são os direitos humanos básicos, que deveriam estar garantidos para todas as pessoas?

Será que a assinatura de um papel poderia assegurar os direitos humanos básicos?

O PAPEL: A Declaração dos Direitos Universais do Homem

Assinada em 1948, no contexto do pós-guerra;
A declaração foi produzida pela ONU (Organização das Nações Unidas);
Declara os direitos da pessoa considerados básicos, de acordo com os valores então compartilhados pelas nações signatárias;

OBJETIVO: Que os direitos declarados devem ser atingidos por todos os povos e todas as nações.

CONTEÚDO: Alguns artigos

Artigo I
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão  e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.

Artigo III
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo IV
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.

Artigo V
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

Artigo XIX
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

 



 

2ª Apresentação (7ª série) - As perversidades da Globalização

EVOLUÇÃO...


O processo de globalização é a incorporação de novas tecnologias no espaço. Trata-se um fenômeno que ocorre em escala global, e que é responsável pela aceleração da integração em caráter econômico, social, cultural e político entre diferentes países.

CONTRADIÇÃO...


Por contraditória que seja a expressão, a globalização não é universal. O termo globalização nos leva a acreditar que ela ocorre no mundo inteiro, mas sabemos que: a globalização não atinge a todos igualmente!

"A economia global vai espalhar conflitos e estabelecer uma diferença maior entre vencedores e perdedores. Grupos excluídos enfrentarão estagnação econômica."


Apresentação para ensino fundamental. 8º ano (7ª série) da Escola Ana Rodrigues de Liso - Proposta Curricular do Estado de São Paulo
Prof. Paulo Matiuzzi

Exclusão Digital

Se nesse momento lê esse blog concerteza não é um excluído digital!


Filosofando...
O que é exclusão?
O que é exclusão social?
O que é exclusão digital?
A exclusão digital leva à exclusão social?
A INCLUSÃO DIGITAL leva à INCLUSÃO SOCIAL?

A inclusão digital é um termo que diz respeito às grandes camadas da sociedade que foram marginalizadas da sociedade da informação e disseminação das chamadas redes digitais. Não ter acesso às ferramentas tecnológicas ou não saber manipulá-las realmente é uma grave questão.

Usamos o computador no trabalho; nas fábricas o processo de produção é automatizado e controlado por meia dúzia de trabalhadores; o professor pede um trabalhado digitado e repleto de tabelas e gráficos; a inscrição naquele curso de padeiro é possível somente pela internet. São alguns dos exemplos cotidianos em que precisamos “domar” essas novas tecnologias.

E se você não sabe “domar”? É simples: se torna um profissional desqualificado, perdendo excelentes vagas de trabalho ou oportunidades diversas, como por exemplo, fazer a inscrição em um determinado curso, além de pagar alguém para formatar seu computador e digitar aquele trabalho. Enfim, que não tem o domínio e conhecimento das novas tecnologias acaba sendo excluído socialmente.


“Na atualidade o mercado de trabalho procura por um novo tipo de trabalhador, que deve ser alguém com capacidade de aprendizagem constante, que se adapte a mudanças com facilidade, que saiba trabalhar em grupo e que domine a linguagem das novas tecnologias de comunicação e informação. Dessa forma, o profissional hoje requerido deve ser alfabetizado não apenas nas letras, mas também do ponto de vista digital” [o trecho é de autoria de Gabriela E. Possolli Vesce]

Exclusão social é um termo que casa muito bem com desigualdade social, miséria, injustiça, exploração social e econômica, marginalização social, entre outras significações.

terça-feira, 5 de abril de 2011

1ª Apresentação (7ª série)

A Globalização em 3 Tempos
• O meio natural
• O meio técnico
• O meio técnico-científico e a inclusão no mundo digital (técnico-científico-informacional)

O MEIO NATURAL
No meio natural, os eixos de contato entre os assentamentos humanos são constituídos principalmente pelos "caminhos líquidos": os oceanos, mares, lagos e rios. Essas "estradas da natureza" proporcionam, desde a Antiguidade, as vias de deslocamento de produtos e pessoas, o comércio de longa distância e acumulação de riquezas. As planícies costeiras e os vales fluviais concentram, até hoje, a maior parte da população mundial. Entre as principais cidades, a maioria situa-se em enseadas ou junto aos rios.


O Meio Técnico
O meio técnico é produto da Revolução Industrial. Embora as técnicas sejam quase tão antigas quanto a humanidade, apenas no final do século XVIII, com a emergência da indústria, a capacidade produtiva humana tornou-se suficiente para transformar extensa e profundamente a superfície terrestre.


O Meio Técnico-Científico e a Inclusão no Mundo Digital

Emerge a partir do fim da Segunda Guerra Mundial (1945), quando esboçou-se um novo ciclo de inovações, capitaneado pela "revolução da informação", pelos avanços da biotecnologias de geração de energia. Ocorre aumento exponencial da circulação de pessoas, mercadorias e informação pelo mundo.

Podemos dizer que ocorre um "encolhimento do mundo", proporcionado, principalmente, com o surgimento de inúmeras inovações nos transportes que aproximam as pessoas, reduzindo as distância e o tempo gasto nos deslocamentos. Figura retirada do livro "A condição pós-moderna de David Harvey".


Apresentação para ensino fundamental. 8º ano (7ª série) da Escola Ana Rodrigues de Liso - Proposta Curricular do Estado de São Paulo
Prof. Paulo Matiuzzi

1ª Apresentação (5ª série)

AS PAISAGENS (NATURAIS E SOCIAIS)



Apresentação para ensino fundamental. 6º ano (5ª série) da Escola Ana Rodrigues de Liso - Proposta Curricular do Estado de São Paulo
Prof. Paulo Matiuzzi

TEXTO COMPLEMENTAR

Geografia
É a ciência que estuda o espaço geográfico. Através de seu estudo é possível entender os fenômenos naturais do nosso planeta e a relação existente entre o homem e o meio em que ele vive e modifica constantemente. A Geografia procura identificar e entender a dinâmica da natureza, tais como a formação e transformação do relevo, a hidrografia, a atmosfera, a vegetação, os terremotos e a relação de interdependência que existe entre todos eles e a influência que os mesmos produzem nas relações humanas.

A importância da Geografia
Estudar a Geografia na escola é importante, pois nos faz conhecer melhor o mundo em que vivemos e a partir desse conhecimento, melhorá-lo sempre.

Paisagem
Para entendermos o objeto de estudo da Geografia, que é o espaço geográfico vamos entender nesse momento o que é paisagem. Paisagem é a porção do espaço geográfico visível ao olho humano. A paisagem é um “pedaço” do espaço geográfico que enxergamos e é a partir das paisagens em que começaremos a estudar a Geografia. Dependendo do local que estamos, podemos notar que as paisagens possuem os mais diferentes elementos. Em alguns lugares, através do olhar, notamos que a paisagem pode ser constituída por elementos naturais, como rios e montanhas. Já em alguns outros lugares notamos que a paisagem é constituída por elementos humanos, tais como prédios, ruas e parques. Podemos ter em uma paisagem elementos naturais e humanos.

A Paisagem está em constante mudança
Seja pela ação das forças da natureza (muito lenta) ou pela ação das atividades humanas na superfície da Terra (muito rápida), a natureza está em constante mudança. Podemos olhar para uma paisagem, tirar uma foto e guardá-la. Depois de 10 anos tirar outra foto do mesmo local. Comparando as duas fotos,percebemos que essa paisagem foi alterada drasticamente, pouco alterada ou que permanece exatamente igual. A paisagem se modifica constantemente, seja em 1 dia ou 20 anos. Dependerá das forças que agem sobre ela, construindo-a e reconstruindo-a. Em um local que havia prédios ou árvores, em pouco ou muito tempo pode haver um parque.

Atividades
1. O que é Geografia?
2. Por qual motivo é importante estudar Geografia?
3. O que é paisagem?
4. O que são elementos naturais em uma paisagem?
5. O que são elementos humanos em uma paisagem?
6. Você concorda que uma paisagem está em constante modificação? Por quê?
7. Faça um desenho com uma paisagem que tenha elementos naturais e elementos humanos? Pinte depois de pronto.

2ª Apresentação (5ª série)

As Paisagens Captadas pelos Satélites

Apresentação para ensino fundamental. 6º ano (5ª série) da Escola Ana Rodrigues de Liso - Proposta Curricular do Estado de São Paulo
Prof. Paulo Matiuzzi

A paisagem
A paisagem é a representação visível de vários aspectos do espaço geográfico.
Segundo ALMEIDA & RIGOLIN (2005), é nas paisagens que estão inseridos todos os elementos presentes no espaço geográfico: os elementos naturais (vegetação, relevo, rios, clima, etc.) e os elementos humanos ou culturais ou sociais (que são os produzidos pela sociedade: carros, edifícios, estradas, etc.).
Quando observamos um lugar, podemos descrever os elementos que formam a paisagem desse lugar: florestas, campos, indústrias, vilas, etc. No entanto, para que essa paisagem possa ser vista como dado geográfico, temos que estabelecer as relações econômicas e sociais, responsáveis pelo "retrato" de um lugar no espaço geográfico (a paisagem). Como conseqüência, as paisagens modificam-se, conforme as relações econômicas e sociais que ocorrem nesse espaço.

Podemos estudar as paisagens através de fotografias e quadros; memória, principalmente perguntando para as pessoas que vivem naquele lugar há bastante tempo as mudanças ocorridas; e usando as imagens de satélite.

As diversas formas de representar uma paisagem
1. De frente: apreensão frontal, horizontal, que normalmente é aquela dos quadros que retratam alguma paisagem. Exemplo: uma aquarela, pintura ou fotografia.

2. Forma panorâmica: apreensão oblíqua, como por exemplo, pode ser a visão de um observador localizado num nível mais alto àquele da paisagem observada. Exemplo: uma fotografia panorâmica.

3. Vôo de pássaro: apreensão por meio de uma visão vertical, que será a paisagem observada de um avião. Exemplo: uma fotografia aérea, uma imagem de satélite, um mapa.

4. Cinética ou cinemática: apreensão da paisagem em movimento, vista da janela de um carro em movimento ou outro meio de transporte que apresente de forma cinemática aquela paisagem. Exemplo: um filme que traga uma paisagem em movimento.

Atividade
Imagine uma paisagem. Imagine agora que você tenha tirado uma foto dessa paisagem, ou seja, você vê os elementos contidos nela de forma horizontal. Como você representaria essa mesma paisagem vista de um balão? Imagine que você seja um satélite que está muito alto em relação à superfície da Terra. Como seria essa paisagem vista do alto? Represente as duas paisagens (a com visão horizontal e vertical), cada uma em uma folha de sulfite. Após orientação do professor, entregue na data solicitada.